TIROTEIO, PÂNICO E MORTE NO ÚLTIMO DIA DO VITAL
TRAFICANTE DE ANDORINHAS FOI A CAMBURI ONDE MATOU O PINTO E FERIU OUTRAS TRES PESSOAS
Tiroteio, pânico, correria e morte marcaram o ultimo dia do vital/97, o carnaval fora de época de Vitoria, realizado na Praia de Camburi. Um homem deu vários tiros na direção de um com dois revólveres calibre 38 e matou uma pessoa e feriu outras três.
O autor da tragédia foi identificado como PEPINHA, um traficante e ex presidiário que matou no local conhecido como Mangue Seco, no Bairro andorinhas. Após o tiroteio, ele saiu em disparada e sumiu na multidão.
A vitima fatal foi o pintor de paredes Wagner Duarte Silva, 22 anos, que levou dois tiros na cabeça e no pescoço, morrendo no local e depois de agonizar por alguns minutos.
Ficam feridos Alcione Ribeiro Rosário, o NEGUINHO 2 anos, que levou um tiro e atravessou seu pescoço; Wagner, o Luquinha, baleado no abdômen e na perna; e Viviam de Jesus da Silva namorada de Luquinha que foi Ferida na perna.
SOCORRO
A confusão aconteceu as 04:30 de ontem, quando os quatro entravam em um taxi, próximo a Boate Zoom, na Praia de Camburi para irem para casa, depois de terem participado do Vital.
Os feridos foram socorridos por populares.Luquinha foi levado para o Hospital das Clinicas, em Maruipe, onde teve alta na noite de ontem. Neguinho foi para o Hospital São Lucas em Bento Ferreira , onde foi medicado e liberado em seguida.
A dona de casa Nilceia Duarte Silva, Irma de Wagner Duarte, que fez a liberação do corpo dele no departamento de Policia Judiciária de Vitoria, disse que ele foi jurado de morte por PEPINHA há um ano.
Para ela o motivo do crime pode ter sido uma briga antiga entre a turma de Pepinha e o pessoal que morava perto do ponto final do Bairro Andorinhas.
Moradores de Andorinhas informaram na tarde de ontem que Pepinha é o terror da região. Um morador revelou que Pepinha dito que iria ir no Vital, no noite de sábado, vender papelotes de cocaína e matar Wagner e seus três amigos.
“ Ele disse que iria armado porque se encontrasse com Wagner e a turma no Vital liquidaria todo mundo”, contou um comerciante com medo de represália, preferiu não se identificar.
ESTUDANTE BALEADA NA CLAVICULA
Wagner Duarte e seus três amigos não foram as únicas vitimas da violência no Vital. A estudante Kátia Caprine Zampirone, 19 anos, escapou da morte por milagre, mas não conseguiu evitar os ferimentos: ela levou um tiro de bala perdida na clavícula e outro de raspão no pulso esquerdo.
Kátia foi atingida em outro tiroteio as 04:40 horas, 10 minutos depois da morte de Wagner. Quando começou a nova confusão, Kátia estava indo embora, com as também estudantes Vanessa Lima e Lilian Pimenta Facine 18 anos. As três fazem cursinho pré vestibular no Darwim. Kátia, que esta se preparando para a primeira fase do vestibular da UFES e esta a menos de um mês da prova, vai ter que fazê-la engessada.
“ Estávamos dançando e, mesmo tempo, indo embora, na direção dos camarotes, quando ouvimos os tiros. O vocalista da banda moqueca, parou de cantar e pediu calma, dizendo para todo mundo deitar no chão”, contou Lilian, na tarde de ontem.
Ela completou que as três acabaram se separando e, quando olhou para trás, viu Vanessa socorrendo Kátia atingida por uma bala perdida. Lilian se junto a elas e foram procurar ajuda no posto da Policia Militar. As três foram colocadas em um Camburão e levadas para o Hospital Santa Rita em Maruipe.
“ O médico que atendeu Kátia disse que foi um milagre ela ter sobrevivido, pois o tiro que atingiu a Clavícula poderia ter atingido o coração”, contou Lilian.
Um outro tiro atingiu a garrafa de água mineral que Kátia segurava na mão esquerda. A garrafa caiu e causou ferimentos no pulso dela, sangrando bastante”, disse ainda Lilian.
“ Graças a Deus, ela esta bem e hoje (ontem) foi embora para Cachoeiro de Itapemirim, levada por um de seus irmãos”, completou Lilian, que é de Alegre, e divide o apartamento com Kátia em Jardim da Penha, durante a semana.
Depois dessa tragédia, garantiu Lilian ela não pretende mais ir ao Vital. “ Chega? Ainda estou abalada e não conseguiu dormir. Nunca mais vou ao Vital”, afirmou.
Em um outro tiroteio durante o Vital/97 a foliã Docilene Nogueira da Silva, 32, levou um tiro no pé e foi parar no Hospital São Luca, sendo liberada algumas horas depois.
Extraído do Jornal A Tribuna – Vitória-ES, segunda-feira – 17/11/1997, pag. 05.
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