“MATEI O POLICIAL COM SUA PRÓPRIA ARMA”
Foi o que disse o assaltante WILLIAN FURTADO, o DE MENOR, ao falar sobre o motivo pelo qual matou Reynaldo, na Serra.
CACHOEIRO – “Eu tinha que matar o sargento Reynaldo(Reynaldo Coelho de Souza, 45 anos), porque ele já havia me prendido duas vezes. Não sou de ficar na cadeia. Por isso, matei o policial com sua própria arma”.
Foi dessa forma que o assaltante Willian Furtado, o DE MENOR, 18 anos, confessou o assassinado do sargento Reynaldo, ocorrido no dia 11 deste mês, no bairro Serra Dourada III, na Serra.
De Menor e Jorge Luiz da Conceição Júnior, 19, que também esta preso, são acusados de matar o sargento. Eles foram presos na quinta-feira, após assaltarem o taxista Everaldo Helmer Brum, 25 anos, em Maruipe, Vitória, e abandoná-lo numa estrada próxima de Inconha.
O Carro do taxista – o Fiat Uno MTS-4350 – foi deixado em Rio Novo do Sul. Também foram presos Albino Alves dos Santos Neto, 18 (que participou do assalto e, na quinta-feira, quando foi preso, divulgou nome falso de Diego Transpadini dos Santos) e mais dois parentes, que foram liberados pela polícia.
De menor e Jorge contaram com detalhes como mataram o sargento em depoimento prestado ao delegado Paulo Rogério Souza da Silva, no Departamento de Policia Judiciária de Cachoeiro9DPJ).
ALIANÇA
De Menor contou que se aliou a Jorge para tramar a morte do sargento. Ele já tinha uma arma, um revólver calibre 38. a outra arma foi adquirida pelo cúmplice por R$ 400,00.
No dia, 11, quando o sargento foi moto, eles furtaram o ?Fiat Palio, placa MQE- 9057, que estava estacionado na rua Jaburu e seguiram ao local pór onde o policial costumava passar, também em Serra Dourada III.
Ao ver o sargento, os dois começaram a atirar dentro do carro. Um dos ritos acertou Reynaldo na perna e ele caiu. O policial na ainda pegou o telefone celular e fez uma ligação.
Neste momento De Menor desceu do carro, pegou a arma do PM, uma pistola 4.65 que estava caída no chão, e efetuou seis tiros contra a cabeça e o braço dele.
Ele também confirmou ter roubado o Honda Civic, placa MRO-0977, no dia 05 de abril, o gol, placa GNO-4476, e participado do assalto à casa de um médico em Cachoeiro, no dia 6, levando sua caminhonete S-10.
No momento em que foram presos todos deram nomes falsos aos policiais. De Menor se passava por gleison; e albino, por Diego – este, na verdade, é um estudante.
“ATRAVESSOU MEU CAMINHO, EU ATIRO”
“Eu já havia sido preso duas vezes pelo sargento. Uma vez estava com drogas e na outra com as mãos vazias. Nesta ultima vez não fui levado para a delegacia, mas me disse que da próxima iria me prender de novo. O sargento também não gostava do Jorge e andava à procura dele.
Então planejamos a morte dele. Eu já tinha uma arma. Jorge comprou uma por E$ 400,00. Em seguida, roubamos um Fiat Palio, na rua Jaburu. Naquele dia já tinha levado um galope(perseguição) do sargento.
Seguimos para o local onde o policial sempre passava. A gente sabia que ele não estava nos esperando chegar de carro.
Jorge dirigia o carro. Ao alcançar o sargento comecei a atirar de dentro do Palio. Ele revidou e atirou contra a gente. Acertei a perna dele e ele caiu. Saí do carro e vi que o policial falava ao celular.
Minha munição tinha acabado, então peguei a pistola dele e descarreguei nele. Foram seis tiros. Só saí de perto depois que ele estava morto.
Eu tinha mesmos que matar o sargento, porque não queria voltar mais para a cadeia. Tenho muito que viver e ele só vivia me prendendo e combatendo bandidos lá no bairro(Serra Dourada III).
“Atravessou meu caminho, eu atiro”.(Depoimento de Willian Furtado, o De Menor, que confessou ter matado o sargento Reynaldo Coelho de Souza.)
SARGENTO COMBATIA BANDIDOS
CACHOEIRO – O Sargento da Polícia Militar Reynaldo Coelho de Souza, 45 anos, foi executado com seis tiros no meio da rua, às 20h30 do dia 11 de abril, no bairro Serra Dourada III, na Serra.
O policial combatia a ação do bando comandado por Willian Furtado, o De Menor, e Jorge Conceição Júnior. Os dois foram presos junto com Albino Alves dos Santos Neto e chegaram ontem à tarde à Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, em Vitória.
Reynaldo era considerado um policial com excepcional conduta e foi promovido por ato de bravura a terceiro-sargento no dia 24 de outubro de 1996. Desde sua morte, policiais estavam à caça do bando comandado por De Menor. Reynaldo foi morto porque combatia os bandidos do bairro.
A localização do grupo foi possível graças a uma investigação realizada por policiais do Serviço reservado da PM de Cachoeiro, logo após o assalto a um médico, no dia 06 de abril. A polícia descobriu que um Honda Civic, roubado em Vitória, dava cobertura à dupla que efetuou o roubo. O veículo foi encontrado no dia seguinte, abandonado no bairro Vila Rica.
A PM deixou contados no bairro. O
Capitão Alessandro Marim, chefe do Serviço Reservado, disse que no mesmo dia em que houve o assalto ao taxista Everaldo Helmer Brum, 25 anos, os acusados foram vistos chegando ao bairro e, depois saindo de carro para Castelo, onde forma presos após um cerco policial.
Reportagem extraída do Jornal A Tribuna de 19/04/2003(SÁBADO) – Vitória-ES, pagina 18 – Polícia.
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