domingo, 15 de maio de 2011

Filho de advogado Carlos Batista de Freitas assassinado

 
Vitória (ES), edição de 23 de fevereiro de 2007

Filho de advogado assassinado luta por
reconhecimento de herança na Justiça








José Carlos Bacchetti


Foto: Ricardo Medeiros
O estudante de direito da Univix, em Goiabeiras, Vitória, Fabrício Martins, de 25 anos, filho único do advogado Carlos Batista de Freitas, que foi vítima do crime organizado do Espírito Santo em 25 de janeiro de 1992, aos 34 anos, ingressou com uma ação de investigação de paternidade e está requerendo os direitos aos bens deixados pelo pai e o de fazer parte da herança das propriedades de seus avós. A ação está tramitando há dois anos na 3ª Vara de Família de Cariacica, localizada no Bairro de Jardim América, onde na primeira audiência, os seus avós, a dona de cartório aposentada, dona Juracema Batista de Freitas, de 68 anos, e o oficial de justiça aposentado Telentino Ferreira de Freitas, de 72 anos, se negaram a realizar o exame de DNA.

Os avós de Fabrício alegaram problemas de saúde na véspera da audiência para não assumir o compromisso da realização do exame. O futuro advogado Fabrício que trabalha como estagiário da Defensoria Pública se disse indignado. Disse que "é a cara do pai, basta olhar", para acrescentar que tem todas as provas materiais necessárias para provar que ele é filho do advogado que o crime organizado deu sumiço no corpo em 1992. Na época Fabrício tinha 10 anos de idade.


Foto: Ricardo Medeiros
O rapaz que é produto de um relacionamento amoroso entre o advogado Carlos Batista e a vendedora Terezinha Martins, de Alto Lage, em Cariacica, tem fotografias no colo do pai, testemunha dando conta que Carlos Batista era um "pai coruja", e assinatura do advogado desaparecido em documentos que comprovam, entre outros compromissos, o pagamento de mensalidades escolares.

E pesa contra os avós também o fato de eles terem assumido a educação do neto, após a morte de Carlos Batista, transferindo-o da Escola Centro de Educação Infância Feliz, em Jardim América, para o Colégio Adventista Edessa, no interior do Estado. Por último, os avós estavam pagando a faculdade dele, a Univix, mas suspenderam a ajuda quando ele resolveu reivindicar os direitos que diz ter por ser filho de Carlos Batista.

"Resolvi tomar uma atitude a partir de quando vi que meus avós nunca se interessaram em legalizar a minha situação. Passei a me sentir constrangido, quando percebi que, ao me alistar, o meu registro passou a constar como pai não declarado, o mesmo ocorrendo com na minha Carteira de Identidade", disparou Fabrício, que na manhã desta sexta-feira (23), concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Século Diário, apresentando os seus tios, o aposentado da Prefeitura Municipal de Vitória, Gessy Batista Pereira, de 73 anos, e Lúcia Alcântara Costa Pereira, de 60 anos, moradores à Rua Nilson Guimarães, 40, em Tabuazeiro, Vitória. Gessy é irmão da avó de Fabrício, Juracema.

"Não posso negar que Fabrício era filho de meu sobrinho Carlos Batista, de quem tomei conta e vi o relacionamento dele e o carinho pelo menino. É minha irmã, mas não posso faltar com a verdade", disse Gessy. Já a esposa dele, dona Lúcia, disse que o pai de Fabrício, advogado Carlos Batista, tinha muito xodó pelo filho.


Foto: Ricardo Medeiros
A próxima audiência está marcada para às 14 horas do dia 22 de março próximo. "Sempre que tem uma audiência, eles conseguem o adiamento, sob alegação de que estão doentes e já deixaram claro que vão arrastar este processo por mais de mil anos", desabafou o estudante Fabrício, que, somente quer que eles sejam submetidos ao exame de DNA e porá fim de uma vez por todas a essa questão.

Comprovado ser Fabrício filho de Carlos Batista, como único herdeiro terá direito a uma fazenda em Vila Pavão, uma casa em Jacaraípe, uma conta bancária deixada pelo pai e um apartamento em Jardim da Penha, na rua Anízio Fernandes Coelho, no valor de R$ 150 mil.

Além de passar a ser herdeiro das posses dos avós, que, entre os bens, têm uma fazenda em Ecoporanga de cultivo do café, milho e criação de bovino e suíno. Na luta pelos direitos, Fabrício conta com os trabalhos da advogada Tatiana Mascarenhas Karninke

Nenhum comentário:

Postar um comentário