domingo, 15 de maio de 2011

Delegados capixabas Márcio Braga (titular da delegacia) e Luiz Neves são presos por envolvimento de crimes de extorsão e furto

13 de maio de 2011
Prisão

Delegados capixabas são presos por envolvimento de crimes de extorsão e furto

Investigações apontam que os crimes praticados pelos delegados e outros cinco investigadores da Delegacia Patrimonial começaram em agosto do ano passado
Por Dóris Fernandes e Danieleh Coutinho (redacao@eshoje.com.br).

Uma operação da Corregedoria da Polícia Civil capixaba prendeu, na madrugada desta seexta-feira (13) dois delegados e outros cinco investigadores de polícia. Todos são da Divisão de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP). Foram presos os delegados Márcio Braga (titular da delegacia) e Luiz Neves. A prisão foi confirmada pelo corregedor-chefe da Polícia Civil, delegado Emerson Gonçalves Rocha.
Além deles, foram detidos os investigadores Davi Carvalho, Ilário Borges, Marcos Ermani, Fábio Malheiros e Alex Almeida. Todos são acusados de participação em crimes de extorsão, furto, abuso de autoridade, tortura, violação de domicilio, fraude processual e roubo.
A deníncia foi feita por Jonilson Ferreira Rodrigues, que estaria sendo vítima de extorsão por parte dos policiais desde agosto do ano passado. Segundo o corregedor, ele procurou o órgão em fevereiro deste ano, quando as investigações começaram. Rocha disse também que ao receber a denúncia ele pediu a ajuda do Nucleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc) da PCES e do Grupo Especial de Trabalho Investidativo (Geti) do Ministério Público Estadual (MPES). Por meio de sua assessoria o MPES acompanhou as investigações, mas vai começar a atuar a partir da prisão dos acusados.
"Um dos motivos da prisão foi o resultado de uma busca e apreensão na da casa do denunciante. À imprensa os policiais apresentaram o material recolhido, mas nos autos policiais havia muito mais do que foi apresentado", explicou o corregedor. Se todas as denuncias forem confirmadas é possivel que a PCES reveja a prisão de Jonilson Ferreira, em 1º de abril deste ano. Ele teria pagado mais de R$ 50 mil de extorção aos policiais acusados.
O delegado-chefe da Polícia Civil, Joel Lyrio Junior, aprisão dos delegados causa um grande constrangimento, mas a Justiça tem que ser feita, doa a quem doer. "Nós não queríamos estar numa coletiva divulgando a prisão de delegados. Mas é regra deste governo atuar com 'tolerância zero' a condutas de corrupção. Se necessário for vamos cortar na carne. E é o que estamos fazendo".
Lyrio disse ainda que, no processo há provas testemunhais, escutas telefônicas entre outras. E que o inquérito só deverá ocorrer em 10 a 20 dias. Por isso, as diligências continuarão e será possivel acontecer quebra de sigilos fiscal e telefônico. Marcio Braga e Luiz Neves têm mais de 20 anos na polícia.
Os mandados estão sendo cumpridos pela Delegacia de Crimes Funcionais. Os detidos estiveram presos numa sala da Corregedoria, mas forsam levados para o Distrito Policial de Vila Velha (DP Alfa 10). Ainda pela manhã a Corregedoria realizou mais buscas na Patriminoal onde foram encontradas uma televisão 42 polegadas e um fuzil 762, e, segundo Emerson Rocha, é possivel que sejam realizadas novas prisões. A pena prevista a esses delegados e policiais pode chegar à exclusão dos mesmos do quadro da Polícia Civil.
Segundo o texto da decisão do juiz Marcelo Menezes Loureiro, da Vara de Inquéritos Criminais de Vitória, que culminou com a prisão provisória dos acusados, a pessoa que denunciou os policiais à Corregedoria afirmou ter sido obrigada a pagar propina de R$ 25 mil por liberdade provisória, além de ter sofrido pressão psicológica e ter bens recolhidos, entre eles um veículo Mitsubishi.
No texto do juiz Marcelo Menezes, essa pessoa teria dito que seu irmão cometera suicídio em virtude das ameaças sofridas à família. De acordo com o magistrado, uma acusação contra o delegado Luiz Neves, que teria autorizado policiais da Divisão Patrimonial a atirarem contra seus colegas do Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas (Nuroc). "Atrocidades ocorridas como às da Ditadura Militar e dos estados autoritários não podem mais ser admitidas na letra da lei".

Nenhum comentário:

Postar um comentário