terça-feira, 21 de maio de 2013

NÚMERO DE PRESOS NO SISTEMA PRISIONAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - Secretário do Estado da Justiça (Sejus), Sérgio Alves Pereira, informou que o sistema prisional do Espírito Santo possui 15.491 mil presos - condenados e provisórios- e as unidades de internação de adolescentes em conflito com a Lei 1 mil adolescentes.

Uma nova visita à Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) demonstrou os esforços de autoridades capixabas em buscar novos rumos na ressocialização de apenados no Estado. Na última sexta-feira (17), uma comitiva com integrantes do Poder Judiciário, Poder Executivo estadual e dos municípios de Serra e Vitória foi à Itaúna, em Minas Gerais, conhecer o método conhecido pelo baixo índice de reincidência dos detentos em crimes após cumprimento de pena.
“Eu tinha uma frustação muito grande, uma tristeza porque sabia muito bem da impossibilidade, da falta de recursos e da dificuldade de aplicar a Lei de Execuções Penais. Realmente me impressionou muito o modelo APAC, foi uma surpresa agradável e deve ser expandido pelo Brasil inteiro”, explicou a desembargadora Catharina Novaes Barcellos.
A viagem teve como objetivo incentivar a expansão o sistema no Espírito Santo. Hoje, somente Cachoeiro de Itapemirim conta com uma unidade, mas que ainda não aplica todos os princípios sugeridos pelo professor e advogado paulista Mário Ottoboni, criador do modelo.
O município de São Mateus, no último mês de março, realizou audiência pública para debater junto à população a implantação de uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados. A iniciativa foi aprovada pela sociedade e um projeto de instalação da unidade está sendo viabilizado.
Durante a visita o Secretário do Estado da Justiça (Sejus), Sérgio Alves Pereira, informou que o sistema prisional do Espírito Santo possui 15.491 mil presos - condenados e provisórios- e as unidades de internação de adolescentes em conflito com a Lei 1 mil adolescentes.
“Uma coisa podemos constatar, a sociedade está cada vez mais violenta, mais agressiva. E, para mim, o que pode restaurar o homem é a espiritualidade, muito mais que grandes edifícios prisionais”, ponderou o secretário.
APAC é uma entidade civil de direito privado, com personalidade jurídica própria, dedicada à recuperação e reintegração social dos condenados a penas privativas de liberdade através da humanização das prisões, sem perder de vista a finalidade punitiva da pena.
“Eu hoje estou trazendo pessoas que irão revolucionar o sistema penitenciário do meu Estado, o Espírito Santo. Fora do sistema Apac eu não vejo solução. O exemplo de vocês começa a frutificar. A responsabilidade disso dar certo é de vocês. Não importa o erro que cometeram lá fora, não importa o que tenha trazido você aqui. Importa que vocês, hoje, estão na posição de ajudar sendo exemplos”, explicou aos apenados o presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), Pedro Valls Feu Rosa.
Presente na comitiva, o prefeito do município da Serra, Audifax Barcelos, se prontificou a doar um terreno ao Governo do Estado para a instalação de uma APAC na cidade capixaba mais populosa.
Também estavam na visita o vice-presidente do TJES, desembargador Carlos Roberto Mignone, os deputados estaduais Roberto Carlos e Luiza Toledo, os defensores públicos Humberto Nunes e Marcello Paiva de Mello, o secretário municipal de Cidadania e Direitos Humanos de Vitória, Marcelo Nolasco e o secretário municipal de Cidadania e Direitos Humanos da Serra, Sebastião Sabino de Souza.
Método APAC
O método APAC consiste na aplicação de 10 passos para promover a ressocialização. Criada em 1997, a unidade de Itaúna possibilita a todos os presos em regime fechado, que não terminaram o segundo grau, a conclusão dos estudos e a capacitação em cursos profissionalizantes. Quando ganham progressão de pena para o regime semiaberto ou aberto, os detentos colocam em prática o ofício aprendido, seja dentro da unidade ou em empresas parceiras.
Toda a unidade é gerida com a ajuda dos presos. Depois de provarem merecer a confiança dos administradores e colegas de encarceramento ganham funções como relações públicas e coordenadores de cada setor da unidade, desde portaria até em funções de gestão.
O índice de reincidência em crimes no Brasil é de 85%, nas unidades que implantaram o método APAC esse número reduz para 8%. Em 10 anos de funcionamento, a unidade de Itaúna nunca registrou motins, rebeliões, mortes ou suicídios, mas somente 8 fugas.
Para construir uma unidade neste sistema para 120 presos é gasto, em média, R$ 2 milhões de reais. Já o montante para manutenção de um ressocializando é de aproximadamente R$ 700, enquanto um preso do sistema comum é de R$ 2.200.

Foto: Antonio Cosme/TJES

Assessoria de Comunicação do TJES
20 de Maio de 2013
 Extraido do site: http://www.tj.es.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7445:novos-rumos-para-a-ressocializacao-de-apenados-no-estado&catid=3:ultimasnoticias - em data de 21 de maio de 2013

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