'Não acredito na sinceridade
desses dois', diz advogado
José Rabelo
Foto capa: Fred Pacifico
Fotos: Fred Pacífico
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Lançado em entrevistas promocionais pelos autores do livro “Espírito Santo”, Carlos Eduardo Lemos e Rodney Miranda, o “desafio” para um debate público em torno do caso Alexandre não passa de bravata, no entender do advogado Último de Carvalho. Mesmo assim, ele resolveu analisar a posição dos dois na condução do caso nesta entrevista exclusiva a Século Diário. “Acho necessário esse debate público, mesmo que, de um lado, eu sozinho e, do outro os dois, pois a mim me basta ter a verdade a meu lado”. A entrevista a seguir foi publicada por Século Diário na edição desse fim de semana de (10 e 11).
- Século Diário: No livro e em entrevistas os autores de “Espírito Santo”, o juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos e o secretário Rodney Rocha Miranda, manifestam o desejo do debate público do caso da morte do juiz Alexandre Martins, o que o senhor tem a dizer sobre isso?
- Último de Carvalho: Penso que é mais uma bravata dessa dupla. Duvido muito da sinceridade desses dois no convite para o debate público. Mas, não só aceito o desafio da dupla Carlos Eduardo e Rodney, como eu os convido, desafio, para discutirmos em público o caso da morte do dr. Alexandre e o livro que publicaram. É muito necessário esse debate público, mesmo que, de um lado, eu sozinho e, do outro os dois, pois a mim me basta ter a verdade a meu lado. Aceito o desafio e os convido ao debate em qualquer data, hora ou local, com cobertura da televisão ou não, com acesso ao público ou não. Penso que os melhores locais para o debate poderiam ser a Faculdade de Direito de Vitória ou o Teatro Carlos Gomes, por exemplo. Se e quando houver o debate, vou mostrar quem são esses sujeitos, covardes mentirosos que se escondiam por trás de seus cargos públicos. Mas agora, que, por vaidade, para ficarem sob as luzes dos holofotes, para plataforma política eleitoreira, vieram a público, como cidadãos comuns, mentir, falsear, caluniar, injuriar e difamar, não podem fugir do debate. Com a publicação de seu livro, Carlos Eduardo despiu a toga e, com Rodney, a dupla saiu de seus palácios vieram para a praça pública, não têm saída: ou admitem que são mentirosos e se refugiam em seus gabinetes até serem expulsos de lá para o olho da rua, inclusive pelo Conselho Nacional de Justiça, ou enfrentam a verdade no debate público – que penso deva ser ao vivo, em cores, cara a cara, televisionado. Mas, se fugirem do debate ao vivo, a discussão dos fatos poderia ser por escrito.
- É dever da imprensa esclarecer os fatos. Mas, o senhor não está faltando para com o respeito ao juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos e para com o secretário Rodney Rocha Miranda?
- Eu não. Em momento algum me referi aos cargos, mas aos homens que, a meu ver, neles estão
apesar de deles não serem dignos. Eles próprios, Carlos Eduardo e Rodney, não se deram ao respeito, descumpriram seus deveres e desonraram seus cargos ao promoverem conscientemente erros judiciários conscientes e essa publicação escandalosa para martírio da inocência não só de acusados, mas de vários honrados homens de bem. E há prova plena disso, prova objetiva. Inocentes foram encarcerados, massacrados, e os verdadeiros culpados beneficiários de generosidade ilegal. Quero deixar bem claro, meu respeito absoluto aos verdadeiros Magistrados e as autoridades constituídas, mas, como cidadão ou como advogado, tenho o dever de esclarecer fatos e de denunciar a conduta dessa dupla Carlos Eduardo e Rodney. Afinal, eles próprios trouxeram a discussão da causa para imprensa veiculando acusações mentirosas, o que devo eu, defensor, fazer? Calar-me? Nunca, jamais, tenho o dever de refutar, de mostrar a verdade com documentos que, inclusive, podem ser escaneados e estampados no Século Diário.
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- O juiz Carlos Eduardo e o secretário Rodney têm direito de resposta, de defesa. O Século Diário se coloca à disposição dos autores do livro “Espírito Santo” para responder ao que o senhor está afirmando e os convida para o debate online. Fica aqui então o convite, para que o juiz Carlos Eduardo Ribeiro Lemos e o secretário Rodney Rocha Miranda respondam ao senhor. Por que o senhor confia tanto no debate público?
- Porque eu, ou qualquer um que esteja do lado da verdade, provo objetivamente com documentos, que Carlos Eduardo e Rodney formaram uma dupla de mentirosos, falsários. Há prova, no livro, de que essa dupla uniu-se a outros, dentre os quais muitos desembargadores, para furtar dos cidadãos direitos humanos fundamentais e construírem erros judiciários conscientes, covardias e maldades. O livro provou que o crime organizado no Espírito Santo são eles próprios, Carlos Eduardo e Rodney, juntamente com seus poderosos comparsas.
- O que o senhor pretende?
- Cumprir meu dever de advogado constituído e defender meus constituintes em qualquer foro, instância ou tribunal em que sejam acusados, inclusive o da imprensa. Cumprir meu dever de membro da Ordem dos Advogados do Brasil que é o de lutar pelo aperfeiçoamento das instituições. Contribuir para que o Poder Judiciário, a Polícia Federal e o povo do Estado do Espírito Santo se livrem desses cancros. Os cidadãos de bem não podem descansar enquanto Carlos Eduardo for juiz e Rodney delegado da polícia federal e enquanto eles não forem expulsos de seus empregos. Enquanto não indenizarem suas vítimas com seus bens pessoais pelas iniqüidades que cometeram.
- Qual a sua opinião sobre o livro “Espírito Santo”?
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- Qual a sua opinião, do ponto de vista jurídico específico, relativamente ao caso da morte do juiz Alexandre?
- O livro “Espírito Santo”, nada obstante as perversas intenções de seus autores foi o melhor presente que a defesa poderia receber, nela Carlos Eduardo e Rodney revelam toda a sua burrice e leviandade, caíram na cilada da vaidade, confessam fatos pavorosos, mostram e provam a impressionante podridão do judiciário capixaba. Muitas coisas que todos sabiam e não tinham como provar, agora estão lá, no livro, preto no branco, assinadas. Na prática, o livro anulou todos os processos, até, lamentável, Lombrigão e Giliard devem ser soltos pela obra de Carlos Eduardo e Rodney, é só uma questão de tempo, pouco tempo. O importante, mesmo, é que o erro judiciário consciente foi desnudado, esclarecido. Como ser humano, fiquei muito constrangido ao ler no livro insultos ao falecido. Segundo os autores, o dr. Alexandre seria um grosseirão, mal educado, desbocado e ofensivo até com serventuárias da Justiça, safado, “galinha”, sem escrúpulos, e isso escrito por quem se diz seu “melhor amigo”. Desrespeito à memória do morto, vilipêndio contra quem não pode mais se defender, outra covardia. Deus me proteja e me livre de “amigo” assim.
- Qual a sua opinião, do ponto de vista literário?
- Reconheço que “Espírito Santo” é uma obra de arte, excepcionalmente bem escrito por Luiz Eduardo
Soares, fosse uma obra de ficção e não ‘fiel a uma história real’, conforme o marketing da contracapa seria um bom livro. Há pecadilhos o trecho que descreve Rodney correndo a beira mar, o corpo lavado em suor, mergulhando no mar frio ... lembra literatura barata, conforme nota de jornal que remete à série de romances ‘Júlia’, povoada de formosos ‘heróis’ desejados pela humilde mocinha o que desaparece quando lembramos do aspecto físico do personagem real, é ridículo.
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- Então, em sua opinião, é uma literatura boa ou ruim?
- Ruim não, de modo algum. É um livro quase perfeito. Luiz Eduardo Soares é um gênio, no caso de “Espírito Santo”, um gênio do mal, exatamente pelo conteúdo da obra que se apresenta, falsamente, como interpretação de fatos, interpretar é uma coisa, deturpar outra.
- Como assim? Os autores dizem que o livro é fiel a uma história real, relata fatos verdadeiros, dá nomes ao bois e quando não o faz permite identificar todos os personagens citados não apenas os acusados, mas policiais, juízes, desembargadores, políticos, pessoas de carne e osso. O que o senhor tem a dizer sobre isso?
- ‘Espírito Santo’ é proselitismo, uma obra de sectarismo; não é fiel a uma história real, nem pura ficção. Mas, um habilidoso trabalho de deturpar a realidade com sofismas que entrega um homogeneizado pacote de enormidades diluídas e confundidas com a realidade, como se fosse normal, como se fosse real. As inferências de ordem psicológica estão muito bem estruturadas no texto para reforçar os argumentos acusadores. Primeiramente, adulteram a prova do processo (escamoteiam em ‘queima-roupa’ tiro à distância, invertem em ouviram nitidamente o que ninguém ouviu) e criam o mártir: um jovem juiz morto (pouco importa que de fato tenha sido vítima de latrocínio) expurgam-no de seus pecados, fazem-no um santo, um espírito santo desencarnado. A seguir, utilizam o método da dissertação antropológica pelo qual a dupla de personagens magistrado e delegado federal/secretário de Estado da Segurança Pública, a abusar da exploração do prestígio de seus elevadíssimos cargos, dão força esmagadora aos personagens que encarnam, e os impingem como independentes ‘heróis’ da resistência ao crime organizado (nunca como cúmplices ou serviçais do poder), e os reificam, santificam, ungem como espíritos santos encarnados, em detrimento de alguns infelizes escolhidos como "vilões", aos quais, inobstante saberem-nos inocentes, empenham-se em demonizar ao máximo. Para o estratagema funcionar, os autores embaralham fatos com infâmias que criam com a maior desfaçatez, simulam a luta do bem contra o mal, direcionam sua artilharia contra os aparentes “vilões”, envolvem os leitores na trama e evocam sua solidariedade. É um livro altamente destrutivo, na medida em que se funda em sofismas bem urdidos e em floreios eloquentes e capazes de infundir falsas certezas. De tão bem estruturado com esse fim, o livro torna-se uma arma poderosa de influência, sobressaindo-se a maestria da alegoria do ‘risco do nome’ do juiz Alexandre na placa de inauguração da central de penas alternativas inaugurada pela vítima – uma bobagem transformada em promessa de assassinato pela arte de escrever, romancear, enganar.
- O senhor poderia explicar o que quer dizer com obra de proselitismo e sectarismo?
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- Então, o juiz, o secretário de Segurança e o secretário Nacional de Segurança, autores do livro, querem influenciar a opinião pública?
- Influenciar só, não. Querem enganar, ludibriar, formar equivocada opinião pública. O livro é uma caprichada propaganda enganosa, que não resistiria ao menor exame ou a alguma reflexão, por quem conheça os fatos. Em relação a quem não conhece os fatos, o sucesso do engano é fácil, pois tem por base o prestígio dos cargos e títulos dos autores; ou seja, valem-se eles da credibilidade de seus cargos, para impor como verdade as mentiras de seu interesse pessoal.
- Influenciar só, não. Querem enganar, ludibriar, formar equivocada opinião pública. O livro é uma caprichada propaganda enganosa, que não resistiria ao menor exame ou a alguma reflexão, por quem conheça os fatos. Em relação a quem não conhece os fatos, o sucesso do engano é fácil, pois tem por base o prestígio dos cargos e títulos dos autores; ou seja, valem-se eles da credibilidade de seus cargos, para impor como verdade as mentiras de seu interesse pessoal.
- Como assim?
- É isso mesmo. Os autores do livro se apresentam como Cientista Social, Antropólogo, Mestre em Antropologia Social, Doutor em Ciência Política, Pós-Doutorado em Filosofia Política, Professor do IUPERJ, Professor da UNICAMP, Professor da Harvard University, Professor da University of Virginia, Professor da University of Pittsburg, Professor da Universidade Estácio de Sá, Subsecretário de Segurança e Coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do Estado do Rio de Janeiro, Consultor responsável pela formulação da política de segurança do Município de Porto Alegre, Secretário Nacional de Segurança Pública, pesquisador de segurança pública do Vera Institute of Justice de Nova York e da Colúmbia University, Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Diretor do Instituto de Promoção do Sistema único de Segurança Pública, Delegado de Polícia Federal, Secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Espírito Santo, Secretário de Defesa Social do Estado de Pernambuco, Secretário de Segurança Comunitária do Município de Caruaru – PE, Juiz de Direito, Mestre em Direito Constitucional, especialista em Direito Penal e Processual Penal, Professor de Direito Penal de Vitória, Presidente da Comissão Nacional de Apoio às Penas Alternativas, CONAPA, autor do livro “DIGNIDADE HUMANA E AS PRISÕES CAPIXABAS”, amigos íntimos do falecido dr. Alexandre, juiz da causa e delegado/secretário que apuraram os supostos fatos. Quem não acreditaria, em princípio, na palavra de tão elevadas autoridades, cultas, sábias, preparadas e com privilegiado conhecimento direto dos fatos? Ninguém, todos os leitores condenariam os ‘vilões’ e consagrariam os ‘heróis’ descritos no “Espírito Santo”. Meu trabalho, minha missão, é provar que – apesar dos autores de ‘Espírito Santo’ terem todos esses títulos e predicados – o que vale não é o “argumento das Autoridades”, mas a autoridade do argumento amparado por documentos e corroborado por fatos provados, ou seja, com o seu livro Carlos Eduardo, Rodney e Luiz Eduardo provaram que não passam de grandes mentirosos, tenho de contrapor a verdade, combater o linchamento moral, revogar a sentença que os três querem ditar ao Brasil e ao mundo contra os acusados.
- Sentença? Mas, não é simples um livro?
- Não. É uma sentença, sim. Uma condenação irrecorrível, sim. Uma tentativa de justiçamento. O que eu acabei de te dizer explica a enorme facilidade com que hoje em dia se dizem na mídia as maiores mentiras do mundo, na certeza de que serão admitidas como verdades incontestáveis. Elas são derramadas aos borbotões por toda a imprensa porque já se tornou patente que o número de pessoas capazes - e dispostas - a contestá-las é infinitamente menor do que o daquelas que as aceitam, sem refletir. De resto, alguma reflexão exigiria uma trabalheira tamanha, que chega mesmo a causar desânimo. O resultado, normalmente, é uma goleada da mentira sobre a verdade. No caso específico do “Espírito Santo”, vê-se claramente a intenção de manipular a opinião pública e a publicada com meias-verdades e mentiras inteiras a maioria dos inocentes leitores, com as mentes desavisadas, ao fim e ao cabo, internalizarão como verdades conscientes as mentiras contidas no texto, que, de forma indelével, se espraiarão pelo inconsciente coletivo. Daí o livro estar sendo utilizado como instrumento de pressão contra até mesmo o Supremo Tribunal Federal, cobrando pressa e mencionando desairosamente o nome de Ministros das mais altas cortes do País, para acuá-los, constrangendo os tribunais a concordarem com as monstruosidades que consumaram aqui no “Espírito Santo”, que não é um simples livro, mas a reedição do "Malleus Maleficarum", o manual de caça às bruxas, vergonha da humanidade.
- Não. É uma sentença, sim. Uma condenação irrecorrível, sim. Uma tentativa de justiçamento. O que eu acabei de te dizer explica a enorme facilidade com que hoje em dia se dizem na mídia as maiores mentiras do mundo, na certeza de que serão admitidas como verdades incontestáveis. Elas são derramadas aos borbotões por toda a imprensa porque já se tornou patente que o número de pessoas capazes - e dispostas - a contestá-las é infinitamente menor do que o daquelas que as aceitam, sem refletir. De resto, alguma reflexão exigiria uma trabalheira tamanha, que chega mesmo a causar desânimo. O resultado, normalmente, é uma goleada da mentira sobre a verdade. No caso específico do “Espírito Santo”, vê-se claramente a intenção de manipular a opinião pública e a publicada com meias-verdades e mentiras inteiras a maioria dos inocentes leitores, com as mentes desavisadas, ao fim e ao cabo, internalizarão como verdades conscientes as mentiras contidas no texto, que, de forma indelével, se espraiarão pelo inconsciente coletivo. Daí o livro estar sendo utilizado como instrumento de pressão contra até mesmo o Supremo Tribunal Federal, cobrando pressa e mencionando desairosamente o nome de Ministros das mais altas cortes do País, para acuá-los, constrangendo os tribunais a concordarem com as monstruosidades que consumaram aqui no “Espírito Santo”, que não é um simples livro, mas a reedição do "Malleus Maleficarum", o manual de caça às bruxas, vergonha da humanidade.
- Podemos, então, contar com o senhor para o debate online com o juiz Carlos Eduardo e o secretário Rodney?
- Claro, com certeza, contem comigo, estou à disposição, qualquer dia, qualquer horário. Eu que agradeço, em meu nome e no interesse da Justiça, essa oportunidade à defesa, parece que aqui no Espírito Santo, só o Século Diário tem espaço para a verdade, e me coloco à disposição dos leitores para responder a quaisquer questões pelo e-mail udcadv@hotmail.com
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