| 28/3/2012 às 20h25 - Atualizado em 29/3/2012 às 18h22
TV Vitória
Redação Folha Vitória
Reprodução TV VitóriaCom 23 mil pessoas reféns do tráfico, a região do Morro São Benedito e Bairro da Penha foi ocupada pela Polícia Militar depois de uma guerra de gangues pelo controle das bocas de fumo da área. A tensão começou há duas semanas e já fechou o comércio e suspendeu aulas nas onze escolas da região. Os ônibus também pararam de circular, prejudicando quem mora nas partes mais altas.
Ligações telefônicas autorizadas pela Justiça apontam que ordens dos criminosos estão sendo dadas de dentro de presídios. Segundo as investigações, os chefes do tráfico no bairro da Penha são os irmãos Ronaldo Bento de Jesus e Reginaldo Bento de Jesus. No morro São Benedito, o comando é de Jair de Andrade, o Jairzinho da 12. Os três estão presos, mas por telefone mandam seus comparsas ordenar toque de recolher e enfrentar os rivais a tiros. Foram esses confrontos que motivaram a ocupação do morro pela PM, desde a madrugada do último domingo (25). No entanto, mesmo com a presença de mais de 50 policiais militares, além do Batalhão de Missões Especiais, os moradores ainda vivem com medo.
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“Quem mora em um bairro como esse tem que ser surdo, mudo e cego”, comentou uma mulher que não quis se identificar.
Segundo o comando da PM, a situação na região do bairro São Benedito está controlada e comércio, escolas e ônibus funcionam normalmente. Porém, a presença do policiamento reforçado na área vai continuar por tempo indeterminado.
"A polícia vai ficar lá pelo tempo necessário para o restabelecimento da normalidade. Acreditamos que isso acontecerá em pouco tempo, a modo do que já aconteceu outras vezes no Estado", comentou o comandante da Polícia Militar, Ronalt Wiliam.
http://www.folhavitoria.com.br/policia/noticia/2012/03/apos-guerra-do-trafico-ocupacao-da-pm-em-morros-de-vitoria-vai-continuar-por-tempo-indeterminado.html
sexta-feira, 30 de março de 2012
Após guerra do tráfico, ocupação da PM em morros de Vitória vai continuar por tempo indeterminado-Ligações telefônicas autorizadas pela Justiça apontam que ordens dos criminosos estão sendo dadas de dentro de presídios. Segundo as investigações, os chefes do tráfico no bairro da Penha são os irmãos Ronaldo Bento de Jesus e Reginaldo Bento de Jesus. No morro São Benedito, o comando é de Jair de Andrade, o Jairzinho da 12. Os três estão presos, mas por telefone mandam seus comparsas ordenar toque de recolher e enfrentar os rivais a tiros
Crueldade: traficante mata por dívida de R$3 Um poder paralelo, implacável e cruel, que sentencia com a morte quem ousa enfrentá-lo. Seu nome: tráfico de drogas "Prendemos Tonho e Alvino, no Jaburu; Jeferson Bento de Jesus(VULGO CAC) e Ronaldo Bento de Jesus, da família Bento, no Bairro da Penha; e JosImar Alves Correia(VULGO JOSI), em São Pedro, só para citar alguns. Sem contato com as ruas, o poder desse pessoal diminui", diz Orly Fraga.
27/09/2009 - 09h21 - Atualizado em 27/09/2009 - 09h21
Um poder paralelo, implacável e cruel, que impõe suas regras e sentencia com a morte quem ousa enfrentá-lo. Seu nome: tráfico de drogas. Parece ficção, mas não é. Há um mês, no Morro do Macaco, em Vitória, um usuário de drogas sentiu a força desse poder. Por causa de uma dívida de apenas R$ 3 o homem foi assassinado.
Mais uma prova de que o tráfico, apontado como responsável por 70% dos homicídios registrados na Região Metropolitana da Grande Vitória, não perdoa.
Deveu? Morreu
"O cara devia à ?boca?. Mas já há muito tempo não tínhamos assassinato de usuários por aqui. O mais comum é ocorrer mortes por disputa entre os próprios traficantes", diz o delegado de Homicídios de Vitória, Orly Fraga Filho.
Traficante não gosta de "noiado" - nome que se dá ao usuário compulsivo e paranóico -, porque esse tipo de dependente químico acaba delatando a "boca" (ponto de venda de drogas), por chamar a atenção da polícia. O homem que foi morto no Morro do Macaco era um noiado.
"O crack é a grande máquina que move o tráfico hoje", diz o delegado Orly Fraga, referindo-se à verdadeira "epidemia de pedra". E com ele concordam os também delegados de Homicídios, João Paulo Dezouzart Teixeira Pinto, de Viana; Josemar Sperandio, de Vila Velha; Eduardo Passamani, de Cariacica; e Josafá da Silva, da Serra.
Todos admitem que o tráfico "formiguinha", que opera no varejo, é o que mais mata. Mata-se para impor medo e poder. O viciado que trafica para manter seu vício, e consome a droga que deveria comercializar, sem pagá-la, assina sua sentença de morte.
"Ele recebe para vender uma carga com 14 pedras, ou o mesmo número de papelotes de cocaína. Deve vender 10 e ficar com quatro, para uso próprio ou venda. Mas, se fuma ou cheira tudo, acaba endividado. E dívida no tráfico é paga com a própria vida", diz o delegado Josafá da Silva.
O também delegado Josemar Sperandio diz que quanto mais abandonada uma pessoa é, pela própria família, mais torna-se propensa a ser assassinada, caso viole as regras do tráfico.
Oficialmente, os delegados não admitem que existam proibições de circulação entre bairros, mas sabe-se que facções delimitam territórios. Em Viana, por exemplo, um rapaz foi morto simplesmente porque visitava a namorada num bairro "inimigo" do seu.
Na Capital, segundo o delegado Orly Fraga Filho, bastou que fossem presos alguns dos traficantes para que os números de homicídio baixassem - na comparação entre janeiro e agosto de 2008 e o mesmo período de 2009, caíram de 159 para 95, respectivamente.
"Prendemos Tonho e Alvino, no Jaburu; Jeferson Bento de Jesus(VULGO CAC) e Ronaldo Bento de Jesus, da família Bento, no Bairro da Penha; e Josimar Alves Correia(Vulgo Josi), em São Pedro, só para citar alguns. Sem contato com as ruas, o poder desse pessoal diminui", diz Orly Fraga.
Ela perdeu três irmãos
Uma família marcada pela violência. Essa triste realidade é vivida pela comerciária Maria (nome fictício), 42, que já perdeu seis dos seus oito irmãos, três deles devido à dívidas acumuladas por uso e tráfico de drogas. Uma quarta irmã foi morta também a tiros após sair de um baile funk; outra assassinada pelo marido, e um terceiro morreu afogado. Também um sobrinho de Maria carrega a marca do tráfico: ficou paraplégico após ser baleado por dever a traficantes. "Se minha mãe não tivesse morrido de câncer, talvez não suportasse o desgosto", diz a mulher, contando que uma irmã e um irmão, gêmeos, foram condenados por tráfico e permaneceram presos antes de serem assassinados num bairro de Vitória. "Eu nem andava com ela pelas ruas por medo de ficar marcada, de me expor a risco de morte", diz Maria, que agora preocupa-se com o fato de um outro irmão também usar droga. "Mostro os atestados de óbito para o sobrinho que crio, para que ele lembre que não deve se envolver com o que é errado".
Uso de pistola, e tiros no peito e na cabeça
Uma arma muito utilizada pelos traficantes para executar quem deve e não paga pela droga consumida ou invade "território" na disputa pelos pontos de venda (bocas) é a pistola 380. Tanto a arma quanto a munição são adquiridas por meio de contrabando, do Paraguai. Mas outras armas também são usadas. Neste mês, numa "boca" de São Torquato, em Vila Velha, foi encontrada uma pistola Taurus calibre ponto 40 banhada a ouro. Muitas vítimas são mortas com vários disparos, o que caracterizaria extermínio. Não é incomum para a polícia encontrar corpos com 20 ou 30 perfurações à bala, muitos concentradas na cabeça e no tronco da vítima.
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/09/540074-crueldade+traficante+mata+por+divida+de+r+3.html
Um poder paralelo, implacável e cruel, que impõe suas regras e sentencia com a morte quem ousa enfrentá-lo. Seu nome: tráfico de drogas. Parece ficção, mas não é. Há um mês, no Morro do Macaco, em Vitória, um usuário de drogas sentiu a força desse poder. Por causa de uma dívida de apenas R$ 3 o homem foi assassinado.
Mais uma prova de que o tráfico, apontado como responsável por 70% dos homicídios registrados na Região Metropolitana da Grande Vitória, não perdoa.
Deveu? Morreu
"O cara devia à ?boca?. Mas já há muito tempo não tínhamos assassinato de usuários por aqui. O mais comum é ocorrer mortes por disputa entre os próprios traficantes", diz o delegado de Homicídios de Vitória, Orly Fraga Filho.
Traficante não gosta de "noiado" - nome que se dá ao usuário compulsivo e paranóico -, porque esse tipo de dependente químico acaba delatando a "boca" (ponto de venda de drogas), por chamar a atenção da polícia. O homem que foi morto no Morro do Macaco era um noiado.
"O crack é a grande máquina que move o tráfico hoje", diz o delegado Orly Fraga, referindo-se à verdadeira "epidemia de pedra". E com ele concordam os também delegados de Homicídios, João Paulo Dezouzart Teixeira Pinto, de Viana; Josemar Sperandio, de Vila Velha; Eduardo Passamani, de Cariacica; e Josafá da Silva, da Serra.
Todos admitem que o tráfico "formiguinha", que opera no varejo, é o que mais mata. Mata-se para impor medo e poder. O viciado que trafica para manter seu vício, e consome a droga que deveria comercializar, sem pagá-la, assina sua sentença de morte.
"Ele recebe para vender uma carga com 14 pedras, ou o mesmo número de papelotes de cocaína. Deve vender 10 e ficar com quatro, para uso próprio ou venda. Mas, se fuma ou cheira tudo, acaba endividado. E dívida no tráfico é paga com a própria vida", diz o delegado Josafá da Silva.
O também delegado Josemar Sperandio diz que quanto mais abandonada uma pessoa é, pela própria família, mais torna-se propensa a ser assassinada, caso viole as regras do tráfico.
Oficialmente, os delegados não admitem que existam proibições de circulação entre bairros, mas sabe-se que facções delimitam territórios. Em Viana, por exemplo, um rapaz foi morto simplesmente porque visitava a namorada num bairro "inimigo" do seu.
Na Capital, segundo o delegado Orly Fraga Filho, bastou que fossem presos alguns dos traficantes para que os números de homicídio baixassem - na comparação entre janeiro e agosto de 2008 e o mesmo período de 2009, caíram de 159 para 95, respectivamente.
"Prendemos Tonho e Alvino, no Jaburu; Jeferson Bento de Jesus(VULGO CAC) e Ronaldo Bento de Jesus, da família Bento, no Bairro da Penha; e Josimar Alves Correia(Vulgo Josi), em São Pedro, só para citar alguns. Sem contato com as ruas, o poder desse pessoal diminui", diz Orly Fraga.
Ela perdeu três irmãos
Uma família marcada pela violência. Essa triste realidade é vivida pela comerciária Maria (nome fictício), 42, que já perdeu seis dos seus oito irmãos, três deles devido à dívidas acumuladas por uso e tráfico de drogas. Uma quarta irmã foi morta também a tiros após sair de um baile funk; outra assassinada pelo marido, e um terceiro morreu afogado. Também um sobrinho de Maria carrega a marca do tráfico: ficou paraplégico após ser baleado por dever a traficantes. "Se minha mãe não tivesse morrido de câncer, talvez não suportasse o desgosto", diz a mulher, contando que uma irmã e um irmão, gêmeos, foram condenados por tráfico e permaneceram presos antes de serem assassinados num bairro de Vitória. "Eu nem andava com ela pelas ruas por medo de ficar marcada, de me expor a risco de morte", diz Maria, que agora preocupa-se com o fato de um outro irmão também usar droga. "Mostro os atestados de óbito para o sobrinho que crio, para que ele lembre que não deve se envolver com o que é errado".
Uso de pistola, e tiros no peito e na cabeça
Uma arma muito utilizada pelos traficantes para executar quem deve e não paga pela droga consumida ou invade "território" na disputa pelos pontos de venda (bocas) é a pistola 380. Tanto a arma quanto a munição são adquiridas por meio de contrabando, do Paraguai. Mas outras armas também são usadas. Neste mês, numa "boca" de São Torquato, em Vila Velha, foi encontrada uma pistola Taurus calibre ponto 40 banhada a ouro. Muitas vítimas são mortas com vários disparos, o que caracterizaria extermínio. Não é incomum para a polícia encontrar corpos com 20 ou 30 perfurações à bala, muitos concentradas na cabeça e no tronco da vítima.
http://gazetaonline.globo.com/_conteudo/2009/09/540074-crueldade+traficante+mata+por+divida+de+r+3.html
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